Mitos e verdades sobre a leucemia

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A anemia pode se transformar em leucemia?

Mito. A anemia pode ser um sintoma, mas não um fator de risco para o desenvolvimento da leucemia.

As causas mais comuns de anemia na população são relacionadas à ausência de algum elemento no organismo. A mais comum é por deficiência de ferro, que pode estar relacionada à dieta ou por perda crônica de sangue. A anemia hemolítica (doença autoimune onde os anticorpos atacam os glóbulos vermelhos do próprio organismo) também não predispõe à leucemia.

No entanto, a exceção à regra ocorre somente se o paciente tiver uma síndrome mielodisplásica, doença da medula óssea que se inicia como anemia e posteriormente pode se desenvolver em uma leucemia. O ideal é sempre manter seus exames em dia e seguir as recomendações médicas.

O tabagismo aumenta a predisposição para leucemia?

Verdade. Entre as diversas substâncias tóxicas encontradas no cigarro, algumas podem aumentar a incidência de cânceres hematológicos, como a leucemia. Elementos como metais pesados e o benzeno são os principais influenciadores. O tabagismo durante a gravidez pode influenciar no desenvolvimento dessas doenças para os filhos.

A alimentação não interfere no risco de leucemia?

Verdade. Apesar de os hábitos alimentares saudáveis serem importantes para a prevenção de tumores sólidos, como no intestino, na mama e no abdômen, não há estudos que apresentam a ligação da dieta com o risco de desenvolver leucemia. De qualquer modo, a alimentação balanceada colabora para a saúde como um todo e permanece como questão importante no cotidiano.

Medula espinhal e medula óssea é a mesma estrutura?

Mito. Quando se ouve a expressão “doação da medula óssea”, costuma-se associar à estrutura localizada na região das costas, por dentro das vértebras. No entanto, essa é a medula espinhal – uma continuação do Sistema Nervoso Central.

A medula óssea está na parte de dentro de todos os ossos, em uma região conhecida como tutano. Atua na fabricação de todos os componentes celulares do sangue e, caso sua produção seja danificada, pode desencadear em doenças como a leucemia. A doação de medula óssea também pode ser importante para o tratamento desse câncer.

Somente quem tem contato com produtos químicos desenvolve leucemia?

Mito. A exposição a produtos químicos, como agrotóxicos, pesticidas e herbicidas, pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da leucemia. Outras causas, como síndromes hereditárias e o tabagismo, também podem predispor a esse câncer hematológico, que ainda apresenta muitos casos de origem desconhecida. Mantenha seus exames em dia e siga sempre as orientações médicas.

Leucemia tem cura?

Verdade. Receber o diagnóstico de um câncer nunca é um momento fácil, mas é preciso lembrar que a leucemia tem cura. Atualmente, todos os tipos dessa doença são tratáveis e, em grande parte das vezes, podem ser curados. Porém, para que isso aconteça, é preciso identificar o câncer precocemente e determinar, por meio de exames, qual o tratamento mais adequado.

Crianças são muito suscetíveis à leucemia?

Mito. O câncer em crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos) é considerado raro quando comparado com o câncer em adultos, correspondendo entre 2% e 3% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os tipos de câncer que aparecem em crianças e adolescentes são diferentes dos que ocorrem em adultos e costumam responder bem à quimioterapia. Como a quimioterapia, porém, tem efeitos de longo prazo, crianças que passam pelo tratamento precisam ter acompanhamento pelo resto da vida.

Leucemia é o câncer que tem origem na medula óssea, onde são produzidas as células do sangue. Da medula, células leucêmicas atingem o sangue e, a partir dele, podem infiltrar os gânglios linfáticos, o baço, o fígado, o sistema nervoso central, os testículos e outros órgãos. Outras neoplasias malignas da infância, como neuroblastomas, linfomas e sarcomas, têm origem em outros órgãos e podem ter metástases para a medula, mas não são leucemias.

A medula óssea é o tecido que fica no interior dos ossos (o tutano) e onde todas as células do sangue (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas) são produzidas.

Nas crianças, a medula ativa é encontrada em praticamente todos os ossos, enquanto nos adolescentes ela é encontrada principalmente nos ossos planos ou chatos (crânio, omoplatas, costelas, esterno e pelve) e nas vértebras.

A medula é composta de células-tronco do sangue, também chamadas de células hematopoiéticas, células gordurosas e tecidos que ajudam no crescimento e amadurecimento das células sanguíneas.

Quando as células-tronco do sangue se dividem, elas dão origem a uma nova célula-tronco e a uma célula primitiva que vai dar origem a células maduras como os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue.

Quando uma criança desenvolve leucemia, essas células se tornam anormais, não realizam suas funções e se multiplicam rapidamente, tomando o lugar das células saudáveis na medula e no sangue.

Há dois tipos principais de leucemias, dependendo do tipo de célula-tronco em que têm origem.

As células-tronco linfoides normais produzem diferentes tipos de glóbulos brancos para combater infecções. Na leucemia linfocítica (ou linfoide), elas não apenas proliferam demais, como também não conseguem lutar contra infecções. Já as células-tronco mieloides produzem diferentes células do sangue, tanto glóbulos vermelhos como brancos e plaquetas.

Na leucemia mieloide, um glóbulo branco imaturo, chamado mieloblasto, torna-se canceroso e passa a se multiplicar rapidamente, tomando o lugar das células saudáveis. As formas agudas representam praticamente 95% de todos os tipos de leucemia na infância (aproximadamente 75% são leucemia linfoide aguda e 20% leucemia mieloide aguda).

As formas crônicas representam menos de 5% de todos os casos de leucemia na infância, na maioria, do tipo leucemia mieloide crônica.

É possível retomar as rotinas cotidianas após o tratamento de leucemia?

Verdade. O tratamento para a leucemia mieloide aguda pode durar meses ou anos. Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhar o caso de perto por alguns anos. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Nestas consultas o médico sempre o examinará, conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá pedir alguns exames de laboratório ou de imagens para acompanhamento, reestadiamento da doença e avaliação dos efeitos colaterais.

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